Um estudo divulgado pelo Jornal de Medicina de Nova York (https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1600869) aponta que os pacientes com diabetes tipo 2, que fizeram a cirurgia Metabólica, tiveram a remissão da doença em 60% dos casos. Nos tratamentos medicamentosos apenas 5,9% tiveram resultados positivos.
A redução da hemoglobina chegou a 2,1% no tratamento cirúrgico e foi de 0,3% com medicamentos. Os dados de redução de triglicerídeos e colesterol também chamam a atenção, com queda de 69% nas operações e 8% nos medicamentos e de 62% e 7%, respectivamente.
O uso da insulina para os pacientes que fizeram cirurgia caiu 69% e quem fez o tratamento medicamentoso teve redução de 13%. Ainda de acordo com a pesquisa, a qualidade de vida dos pacientes operados subiu 33% comparado a 0,3% no tratamento medicamentoso.
Participaram 134 pacientes ao longo de cinco anos de estudos, todos tinham diabetes tipo 2 e IMC entre 29 e 43. Eles foram submetidos aleatoriamente a tratamento clínico ou cirurgia de Bypass ou Sleeve.
“Relatamos que, 1 ano e 3 anos após a randomização, o bypass gástrico e a gastrectomia vertical foram superiores à terapia médica intensiva isoladamente para alcançar um excelente controle glicêmico (isto é, glicosado hemoglobina ≤6,0%), reduzindo o risco cardiovascular, melhorando a qualidade de vida e diminuindo o uso de medicamentos”, afirma o estudo.
Índices econômicos
No Brasil, o custo para tratamento da obesidade chega a 2,4% do PIB, de acordo com um levantamento da Universidade Americana do Cairo (https://www.thecairoreview.com/essays/the-obesity-crisis/), e corresponde aos gastos de 2% a 7% de todos os gastos com saúde. Nos casos de morte relacionados à doença, 31% tiveram causas cardiovascular e 6% foram causadas por diabetes.
A doença pode atingir cerca de 23,3 milhões de pessoas no país até 2040. O gasto per capita anual com diabetes no Brasil é de R$ 6310,33 e a perda de produtividade devido a doença entre 2005 e 2015 foi de R$ 203,32 bilhões.
Em 2016 foram gastos R$ 67 milhões em 95 mil internações devido ao diabetes e 17,5 mil internação para tratamento do pré-diabético. Os gastos com hemodiálise tiveram alta de 178% de 2008 a 2016 e metade dos pacientes eram diabéticos, segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (https://pt.scribd.com/document/325425593/DIRETRIZES-SBD-2015-2016-pdf).
Cirurgia Metabólica
A operação pode ser indicada para pacientes com diabetes tipo 2 e Índice de Massa Corporal entre 30kg/m2 a 35 Kg/m2. O diabetes tipo 2 está diretamente ligado à obesidade. A resolução de 2017 do Conselho Federal de Medicina (2.172/2017) apresentou novas regras de indicação da bariátrica para os diabéticos.
Cerca 9% da população brasileira convive com diabetes. A opção da cirurgia metabólica é válida para cerca de 14,3 milhões de pessoas, caso o tratamento clínico não apresente resultados. O paciente deve ter idade entre 30 e 70 anos e menos de dez anos de diagnóstico da diabetes.
A diferença entre a cirurgia bariátrica e a metabólica é que a bariátrica visa a perda de peso e a metabólica o controle de doenças, como diabetes e hipertensão. A operação indicada pelo CFM é por bypass gástrico com reconstrução em Y-de-Roux (BGYR). Somente em casos de contraindicação ou desvantagem da BGYR, a gastrectomia vertical (GV) será a opção disponível.
Fonte: SBCBM | Para ver a matéria original acesse aqui