Probióticos são microorganismos vivos que, como as fibras, atuam no intestino promovendo o equilíbrio da flora microbiana intestinal. São várias as espécies de microorganismos consideradas probióticos e as mais utilizadas são espécies de Bifidobacterium e de Lactobacillus. Essas espécies estão presentes em iogurtes, em produtos lácteos fermentados ou como suplemento alimentar.
Não foi ainda comprovado o mecanismo de ação desses probióticos, mas há fortes evidências de que eles podem, por exemplo, inibir a proliferação de organismos patogênicos: com a redução do pH do meio há o estímulo para o crescimento da microflora produtora de ácido láctico. Outro mecanismo proposto seria o deslocamento dos microorganismos patogênicos dos sítios de ligação ou receptores celulares.
Entre os benefícios atribuídos aos probióticos, os que têm uma retaguarda científica para fundamentá-los são os seguintes:
- Diminuição da incidência, duração e gravidade de doenças gástricas e intestinais com ingestão diária de 103 a 1011 de bactérias lácticas;
- Preservação da integridade intestinal e atenuação dos efeitos de outras doenças intestinais como a diarreia associada ao uso de antibióticos, a doença intestinal inflamatória e a colite;
- Redução da gravidade da hepatopatia alcoólica experimental;
- Inibição da colonização gástrica com Helicobacter pylori – que é associado a gastrite, úlcera péptica e câncer gástrico.
Em um ensaio clínico com 60 pacientes com doença intestinal inflamatória, a ingestão diária de 400 ml de uma bebida com 5×107 ufc/ml de L. plantarum reduziu a dor e a flatulência em quatro semanas.
Há evidências ainda de que o consumo de produtos lácticos fermentados, que contém cepas e níveis adequados de bactérias ácido-lácticas, podem ser uma boa maneira de incorporar tais produtos e seus nutrientes a dietas de indivíduos intolerantes à lactose.
A concentração de probióticos no alimento varia bastante e não há padrões de identidade para os níveis de bactéria necessários para o iogurte e outros produtos fermentáveis.
Sempre tenha o acompanhamento de um médico e nutricionista!
Referência: Cuppari L. Nutrição clínica no adulto: Guias de medicina ambulatorial e hospitalar, UNIFESP-escola paulista de medicina.
Marcela R. Garcez Molina
Nutricionista formada pela Universidade de São Paulo (USP) com mestrado em andamento em Ciências da Saúde, no Programa de Nutrição da USP. Atua na área clínica realizando atendimento nutricional personalizado em uma clínica especializada em cirurgia bariátrica e distúrbios gastrointestinais.
CRN3: 46933